Que Olhar

Bastou apenas um olhar.

Não de condenação.

Longe disso.

Foi um olhar de Amor.

Não esse amor daqui, cheio de emendas, fissuras.

Não um olhar daqui, impregnado de permuta, de interesse egoísta.

Foi divino.

Foi puro.

Pedro desmanchou.

Correu.

Se escondeu.

Coberto de vergonha.

O humano, caído, sendo abraçado pelo divino.

A ponte estava pronta.

Eternamente pronta.

Algo que mudaria a história para sempre, diante dos seus olhos.

A expectativa pelo pior que estava por vir, não dava espaço para perceber que o propósito fora cumprido.

O mesmo olhar nos procura hoje, agora.

Não para condenar, longe disso.

Mas para amar.

Para dizer: “Filho, eu te conheço. Conheço tuas limitações, tuas dores, teus temores, por isso mesmo que te chamo para perto, para ser Teu Senhor, para cuidar de você”.

Seja abraçado pela Graça.

Permita esse olhar te alcançar.