terça-feira, 29 de novembro de 2011

Culto

Tem uma pergunta que eu faço para o meu pai, (que é pastor), que eu já sei a resposta, mas sempre pergunto pois gosto de ouvi-lo respondendo.

A pergunta é a seguinte: Como foi o culto hoje?

E a resposta sempre foi a seguinte: O culto sempre é uma benção.

Isto posto, hoje  quero tocar num assunto muito pertinente em nossos dias.

E a pergunta que faço é: o que faz o culto ser uma benção?

Primeiro, temos que entender a palavra culto, então vamos entendê-la.

No dicionário, culto quer dizer “homenagem religiosa que se tributa a Deus ou a entes sobrenaturais”.

Então, sem a necessidade de nenhuma conjectura ou análise profunda do significado, culto é algo que se entrega, que se faz, que se dá.

Então se culto é algo que eu dou, que eu ofereço, porque essa pergunta existe?

E, falando a cristãos, o que vejo hoje é que nos tornamos dependentes de algumas situações que quero de maneira simples, discorrer.

Numa época de muito, mais muito entretenimento, parece que os cultos são feitos para pessoas se sentirem satisfeitas.

Então, se a satisfação é minha, fica difícil até de se entender que culto é primeiramente dar, para depois receber.

Mas a palavra de ordem hoje é eu quero, eu vou, eu posso, e por ai vai.

O culto deixa de ser benção quando o motivo principal passa a ser eu, e não o Senhor.

Mas, em contra partida, é benção quando eu vou a reunião da igreja com o coração disposto a entregar meu culto a Deus.

Outra situação é que as pessoas dependem de quem ministra, de quem prega.

Se não for o Pr. Fulano de Tal, as pessoas nem vão se reunir como igreja, pois têm suas preferências.

Isso quando não se chega ao absurdo de à cada fim de semana, alguém diferente ser o pregador.

E isso, tristemente, gera um insatisfação nas pessoas, pois elas se tornam movidas pelo novo, e se não for assim, a máquina para de funcionar.

Então, o que fazer?

É simples.

Da próxima vez que você de reunir como igreja, vá para se entregar, para dar, para oferecer.

Independente de você.

O culto é para o Senhor, não para nós.

Isso é decisão.

Decida que os próximos cultos dos próximos todos anos que você ainda têm (contando a eternidade), serão de entrega, e o que passar disso, não é culto.

Então, quando alguém te perguntar como foi o culto, já vai saber a resposta.

“Foi uma benção”.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Entulhos

Qual é seu objetivo na vida?

Quais são seus planos?

Criar bem os seus filhos?

Dar a eles uma boa faculdade?

Construir ou comprar a casa própria?

Ter aquele carro?

É impressionante com nós, cristãos, perdemos o norte.

A vida é hoje e amanhã já não é mais.

Como num estalar de dedos, entes queridos se vão, a saúde se vai, os bens se vão.

Num estalar de dedos.

Faça um teste ai, estale seus dedos.

Estalou?

É assim.

E como cristãos é ainda mais agravante, pois sabemos pela Palavra que não somos daqui, que os planos e propósitos de Deus não são os nossos, que os caminhos Dele também não são os nossos, e mesmo assim, insistimos em querer dirigir nossa vida, a revelia da vontade de Deus.

Quanta insanidade.

Luta-se como gladiador para construir um patrimônio, para se aposentar com tranqüilidade, e tudo sempre com os olhos aqui, nessa vida passageira.

O diabo com seus flashes, seus flertes, seus pratos de lentilha, tem conseguido com êxito desencaminhar os cristãos.

É tempo de acordar.

Como diz o escritor aos Hebreus, no capitulo 12, é necessário nos livrarmos de todo embaraço, de tudo o que nos atrapalha, que nos pára.

É preciso e urgente que todo o entulho juntado em anos e anos de obras mortas, de edificações fora do propósito de Deus seja jogado fora, pra bem longe.

É tempo de nos humilharmos no Senhor, nos arrependendo e voltando o coração para o que Ele quer de nós.

Tenha planos sim, não é errado nem fora de tempo, desde que cada um deles tenha o aval do Senhor, tenha o sim Dele.

E termine os seus dias podendo dizer: Valeu a pena, Senhor.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Só em Jesus

“Assim que,se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Carta do Apostolo Paulo aos coríntios, cap.5:17

Em Jesus Cristo tudo é novo.

É o que a Bíblia diz.

Tudo é novo.

O que era velho, passou, ficou para trás.

Tudo o que era da velha natureza, na consciência de em Cristo se fez novo, passou.

Mas o que vemos hoje é superficial.

Pessoas que vem para os prédios das igrejas, não para Jesus.

Pessoas que gostam das reuniões, das músicas, das pregações.

Pessoas que acham legal serem vistas na TV.

Confessam com a boca, mas não crêem no coração.

É superficial porque não vão para a  morrer na cruz com Cristo, pois é lá que tudo morre, dando lugar ao que é novo, ao ressurreto.

Então, no dia a dia, as mazelas da velha vida se manifestam em contraste com a mensagem de transformação, de libertação, da nova vida em Cristo.

E o que segue são as milhares de almas desesperadas pela mudança prometida, (mas    não ensinada nos ajuntamentos em nome de Jesus), que a mudança só ocorre através da cruz, que só alcança que está em Cristo.

Correntes da cura, oração forte pela libertação, corredor da fé, etc, são usados como amuletos que se pendurados na alma, surtiram o efeito necessário.

Mas não é o que a Bíblia ensina.

Se eu estou em Cristo, se eu realmente estou Nele, o que é velho passou, e pronto.

Sem esquemas, sem rituais, sem adendos as Escrituras, sem nada além do que já é posto como necessário.

Sou novo, caminho no novo, vivo no novo, experimento o novo todos os dias, sempre.

Nele é assim.

Só Nele.

“Assim que,se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Desgoverno

“Queremos um rei”.

Foi o que Samuel, o profeta do antigo testamento ouviu da boca dos israelitas.

Só Deus já não bastava, afinal de contas, as nações vizinhas, independente de serem pagãs, tinham seus reis.

E quando saiam às batalhas, lá ia o monarca imponente, com a espada desembainhada, e mesmo que levassem uma surra dos servos do altíssimo, o que importava era que os vizinhos tinham um rei.

O Senhor dos exércitos, invisível, vencedor das batalhas, poderoso, eterno, parecia não ocupar o trono, pelo menos aos olhos dos complicados filhos de Abraão, Isaque e Jacó.

Então, a escolha foi feita, e da festa por Saul até Oséias, o último rei de Israel, conta-se no dedo os reis que não oprimiram o povo e que foram retos aos olhos de Deus.

Num festival de desacertos, a história fala sobre a decisão errada de substituir Deus por outro rei.

Mas porque pensar que apenas os israelitas eram complicados?

O que vemos hoje, senão a mesma intenção no coração se não de todos, da maioria dos servos do Senhor?

Deus já não é suficiente.

O Rei Jesus já não reina nos reinos dos corações dos súditos cristãos.

Queremos um rei, mesmo que isso custe a escravidão.

Queremos um rei, mesmo que isso machuque o coração do Eterno Rei, do único Rei.

E a despeito da história que exemplifica os precipícios no final da estrada dessa decisão, teimosamente queremos um rei.

É tempo de voltarmos o coração para o Senhor.

Tempo de reconhecermos nossa estúpida insistência em querermos imitar as nações pagãs.

Nosso padrão é outro.

Nosso modelo é outro.

Nosso livro de cabeceira não é de intelectuais, de PHD´s, de pensadores, mas é a Bíblia, ou pelo menos deveria ser.

Nosso estilo de vida não pode ser o mesmo do mundo, ou pelo menos não deveria ser.

Nosso namoros não podem ser no mesmo padrão da Malhação, ou pelo menos não deveriam ser.

Nossas decisões devem ser tomadas em oração, na oração e pela oração, ou pelo menos deveriam ser.

Nossos prédios, onde nos reunimos como igreja, devem ser um abrigo para os menos favorecidos, para os mais favorecidos, para os sem dinheiro, para os endinheirados, para os sãos e para os doentes, ou pelo menos deveriam ser.

Os lideres eclesiásticos devem ser absolutamente voltados para o exemplo de Jesus Cristo, devem ser pastores como Ele foi, devem imitá-lo, ou pelo menos deveriam ser.

Pra que pedir outro rei, e ver a vida desgovernada ir para o buraco, aparentemente ganhando tudo aqui, mas perdendo a alma?

Quem é o seu Rei?

Pense nisso.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fim da festa

Era uma sexta-feira.

O Inferno estava em alvoroço.

Andando cambaleante pelas ruas estreitas, estava aquele que dizia ser o Filho de Deus.

Mas, não era possível, pensavam eles.

Deus assim, tão fraco, tão humano.

Não.

Uma cruz definitivamente não combinava com Deus.

A festa estava preparada.

A malignidade do universo na expectativa do melhor dia da eternidade deles.

A cruz é levantada.

Nela, pregado, moído, morto, estava o motivo da festa.

E ela começa.

Gritos guturais ecoam pelos ares.

E o anfitrião da escuridão dá boas vindas às figuras mais grotescas e nojentas que se poderia imaginar.

A dança macabra parecia ser o ritmo da eternidade.

Mas, no auge da festa, no brindar das taças da morte...

Algo como uma explosão nuclear arrebenta as portas do salão.

A Luz era de cegar.

E a passos largos, decididos, aquele que ressuscitou entra pelos corredores escuros e acaba com a festa.

Literalmente, toma as chaves do lugar, esmaga a cabeça do anfitrião, e muda para sempre a história.

A Vida venceu, para todo o sempre.

Para todo o sempre.

Valeu a pena, Jesus.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Só para lembrar

Li em um artigo com o titulo Repetir ou Surpreender, da revista Cristianismo Hoje, que repetir o que foi dito por Profetas, Apóstolos, e pelo próprio Jesus, pode não ser viável por quem usa as ferramentas da informação interativa.

E nessa geração Twitter e Facebook, onde o novo é urgente, onde estar em evidência é quase que obrigatório, verdades milenares podem não ser bem vindas.

Então o surpreender passa a ser a ordem do dia, sempre.

É interessante pois o autor fala sobre a necessidade que lideres tem de serem lidos e seguidos.

Os números de visitas em blogs e afins, mede a condição de influenciar ou não as pessoas.

Logo, se você não se enquadra nisso, esta fora, certo?

Errado.

Mil vezes errado.

Qual é a mensagem central do cristianismo?

É a de Jesus Cristo morreu, ressuscitou, esta vivo, e vai voltar para buscar a sua Igreja.

É isso que foi pregado por séculos e séculos.

Esta é a esperança de quem crê em Jesus.

Num tempo onde o novo surpreende, não devemos deixar de falar do amor de Deus, através de Jesus.

Amor demonstrado na cruz, derramado na cruz.

Não podemos deixar de falar que, como disse Paulo “todos pecaram e estão separados da Glória de Deus” (Rm 3:23), por isso precisamos de um Salvador.

Não podemos deixar de falar que foi através da graça e do amor de Deus, que Ele deu Jesus Cristo, Seu Filho, para que fossemos ligados à Ele novamente “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito para que todo aquele que Nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Não podemos deixar de lembrar que não somos daqui, lembrar que a partir do momento que entregamos nossa vida ao Senhor, passamos a fazer parte de outra pátria, celestial “mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20).

E na contra corrente da urgência da informação on-line, caminhamos no passo do gado e da criança.

Sabendo que repetir o já foi dito é novo a cada manhã, pois as palavras do Senhor jamais passaram, jamais envelheceram, jamais perderam a Vida.

É isso.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Igreja

Igreja é um lugar onde o Pai se sente em casa,

Onde é adorado pelo que é e não pelo que pode,

Onde é obedecido de coração e não por constrangimento,

Onde o seu reino é manifesto no amor, na solidariedade, na fraternidade e serviço ao outro,

Onde o ser humano se perceba em casa e seja a casa de Deus e do outro,

Onde Jesus Cristo é o modelo, o desejo e o caminho,

Onde a graça é o ambiente, o perdão a base do relacionamento e o amor a sua cimentação.

Onde o Espírito Santo está alegre pela liberdade que desfruta para gerar e expressar a Cristo,

Onde Ele vê os seus dons serem usados para edificar, provocar alegria e servir ao próximo,

Onde todos andam abraçados,

Onde a dor de um é a dor de todos,

Onde ninguém está só,

Onde todos têm acesso ao perdão, à cura de suas emoções, à amizade e a ser cada vez mais parecido com Cristo,

Onde os pastores são apenas ovelhas-exemplo e não dominadores dos que lhes foram confiados,

Onde os pastores são vistos como ovelhas-líder e não como funcionários a serem explorados.

Onde não há gente nadando na riqueza enquanto outros chafurdam na miséria,

Onde há equilíbrio, de modo que quem colheu demais não esteja acumulando e quem colheu de menos não esteja passando necessidades.

Enfim, a comunidade do reino de Deus,

Onde aparece a humanidade que a Trindade sonhou,

Onde a cidade encontra paradigmas.


Onde o livro texto é a Bíblia.
                                                                           (Texto by Ariovaldo Ramos)


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Podre poder

“O poder se inclina a corromper as pessoas e o poder absoluto corrompe totalmente” (A.W.Tozer)

Se Tozer estivesse vivo, veria com tristeza que sua análise profética da situação degradante da igreja (e quando falo igreja, me refiro à instituição), se cumpriu e tem se cumprido a cada dia.

Na busca pelo poder, e que esta intimamente ligado ao dinheiro, pois sem um não existe o outro, homens de Deus se tornaram inimigos da cruz.

O que vemos hoje com pesar, é que esses homens não medem esforços para que seus interesses financeiros sejam concretizados, mesmo que isto custe o sangue de Jesus.

E esse corromper de que Tozer fala, sempre foi o câncer silencioso que tentou destruir a verdadeira obra de Deus.

E digo verdadeira porque existe a falsa.

E é falsa porque é baseada em números, cifras, impérios.

É falsa porque é fruto dessa corrupção da alma do homem caído, que mesmo conhecendo a verdade, não permitiu ser liberto do mundo.

E quanto mais poder, mais dinheiro, quanto mais dinheiro, mais poder, e o ciclo vicioso se completa.

É difícil se calar diante disso, e eu particularmente, estou farto diante desses absurdos, pra dizer o mínimo, do que estão fazendo com o evangelho de Cristo.

É difícil ler os jornais e revistas e ver os comentários das pessoas, que na maioria das vezes estão certas, pois estão assistindo tudo em programas de TV.

É difícil ouvir de incrédulos que o maior negocio hoje, é abrir uma igreja.

É difícil dizer que se esta no ministério pastoral, e ver nos olhos do outro o desdém de quem vê todos os dias um escândalo envolvendo pastores e igrejas, que na verdade, são pseudo-pastores e pseudo-igrejas, pois estão no “negocio” pelos lucros, pelo sucesso, pelo poder.

É difícil ver lideres eclesiásticos se acusando abertamente em canais de TV, supostamente defendendo o evangelho, mas que na verdade estão é defendendo sua fatia gorda no mercado “gospel”.

Estou farto.

“O poder se inclina a corromper as pessoas e o poder absoluto corrompe totalmente”.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Caminho do milagre

No caminho do milagre, existem perigos escondidos.

Inimigos que, na maioria das vezes, somos nós mesmos.

Motivações que travam uma batalha sem trégua para que se perca o foco.

E sem foco, o alvo dificilmente vai ser acertado.

Mas então, o que fazer?

Nesses tempos de tantos ventos, tantos “o milagre está aqui, a benção está aqui, o que você quer vai acontecer e etc”, devemos estar mais do que nunca, ligados no Senhor.

É bíblico e fato, que nos últimos tempos, se possível até os escolhidos seriam enganados (Mt 24:24).

Por isso mesmo, queira conhecer a Cristo, a cada dia.

Leia a Sua Palavra, se alimente Dele, medite Nele.

Vou dar um exemplo clássico dos nossos dias, e algo que Jesus jamais fez, e jamais faria.

Quando Ele curava alguém, dizia para a pessoa não falar sequer que fora Ele quem a curou.

Quando isso acontecia em publico, ele voltava imediatamente o foco para Deus, enaltecia a fé da pessoa, e na maioria esmagadora das vezes o apelo era a salvação do individuo.

Em suma, nunca, nunca o foco era o milagre ou a benção em si, mas a chamada para a vida piedosa era imediata.

E em contra partida, o que vemos hoje.

Lideres eclesiásticos chamando para si o motivo do milagre, da benção, da cura.

Um marketing agressivo como fotos do antes e do depois.

Pessoas fragilizadas pela situação sendo expostas num show de endeusamento do homem.

Misericórdia.

É o que devemos pedir ao Senhor nesses tempos.

Nunca, jamais a benção será mais importante do que Jesus.

Nunca, jamais o milagre será mais importante do que Jesus.

O que nós precisamos é Dele.

E se as demais coisas forem acrescentadas, glória a Deus.

É isso.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mente e Coração

Ah, como é bom poder

Aos pés da cruz depositar

Este meu fardo

Pesado e árduo de carregar

E não ter que andar

Ansioso de nada, senão

À Deus tudo levar

Em grata e súplice oração

E a Paz de Deus, então

Mente e coração guardará

Em Cristo Jesus

Ah, como é bom poder

Aos pés da cruz depositar

Este meu fardo

Pesado e árduo de carregar

E não ter que andar

Ansioso de nada senão

Sobre Ele lançar

Cada problema, cada aflição

E a Paz de Deus, então

Mente e coração guardará

Em Cristo Jesus

Ah, como é bom poder

Como é bom saber

                                             (Guilherme Kerr)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sem pressa

Você só toca em alguém, se chegar perto.

Perto o suficiente para tocar.

Perto o suficiente para ver.

Mas o esbarrão é diferente do toque.

Ele acontece na correria, na pressa.

E de duas uma, ou se está correndo por ser atleta, ou por estar atrasado.

E atraso é perda de tempo.

Na correria do atrasado, os esbarrões são freqüentes.

E geralmente, nem se vê em quem esbarrou.

Em nosso relacionamento com Jesus, temos que cuidar para não estarmos ao invés de tocando-o, apenas esbarrando Nele.

E o tempo que temos com Ele, é primordial para diferenciar toque de esbarrão.

Cada um sabe o quem tem feito do seu tempo.

Sabe se está sempre correndo atrás de alguma coisa, e muitas vezes atrasado.

Hoje, ganhar o pão é um desafio, isto é fato.

O tempo é inimigo desleal.

Mas temos que, mesmo dentro deste espaço chamado tempo, achar tempo para poder tocar em Jesus, para estar com Ele.

E nesta luta do esbarrão com o toque, que o toque vença.

Pelo menos por hoje.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pode ser hoje

Se o Senhor Jesus Cristo voltar hoje, você está esperando ansiosamente por Ele?

Este era o sentimento dos irmãos da Igreja dos primeiros séculos.

Eles esperavam Jesus, ansiosamente.

Nada os prendia aqui.

Nada roubava a atenção deles daquele momento tão aguardado.

Mas daí o tempo passou.

Profecias tinham que se cumprir.

E foram se cumprindo, uma a uma, até chegar aqui, hoje, onde estamos, no século XXI.

E hoje, 2000 anos depois, quase não se ouve falar sobre o assunto.

E é contraditório, pois a promessa da volta é o que mantinha a chama acesa nos irmãos daquele primeiro século.

É contraditório pois se não se espera pelo Noivo, não vai haver casamento.

Mas a questão não é o casamento acontecer ou não, pois isso é certo que vai acontecer,  e está muito próximo.

A questão é se a noiva está ou não esperando o Noivo, e nesse caso, não está.

Pelo menos é o que as evidências apontam.

Vamos lá, noiva.

Há quanto tempo você não pensa na volta do Noivo?

Você está se arrumando, se adornando para esse dia?

Ou a vida aqui, o dia a dia, o tempo da espera desviou o seu foco, de forma que praticamente não existe sequer menção em sua vida da chegada do Noivo?

Se você é cristão, e possa talvez nunca ter ouvido falar nisso, Jesus vai voltar.

E não vai demorar.

A Bíblia diz que seria como nos dias de Noé, e como nos dias de Sodoma e Gomorra.

Dias em que o pecado, a ausência de Deus na vida das pessoas, era tão forte, que não havia outra solução senão o juízo.

Vivemos dias maus.

Dias de trevas espirituais.

Dias que estão sendo abreviados, pois se não fossem, não suportaríamos, é o que também a Bíblia diz.

E se você já ouviu falar sobre o arrebatamento da Igreja, pense sobre isso de forma mais séria.

Não permita que o secularismo, o apego aos bens materiais, o amor a esta Terra te desvie do Senhor, te afaste do dia do Noivo.

E esteja preparado, pois pode ser hoje.

Pense nisso.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cada vez mais longe

Na insana corrida pelo podium clerical, o Modelo esta longe.

Cada vez mais longe.

E a história se repete.

Se repete, pois o  homem não quer mudar, e se muda, fica com um pezinho na velha natureza.

Os instintos edenicos se manifestam insistentemente a cada manhã.

E na insanidade mora o inimigo da simplicidade, da verdade, da Palavra.

Babel, bezerro de ouro, baal, mamon, são os exemplos tristemente clássicos da repetição histórica.

Substituições grotescas na ânsia por algo mais.

Algo mais que pode ser traduzido por poder, dinheiro, fama, glória, mesmo que durante o processo pareça que tudo esta conforme diz a Palavra, mas não está.

Vamos ao exemplo do bezerro de ouro.

Arão era irmão de Moisés.

Pois bastaram quarenta dias sem Moisés, somente quarenta dias para que o povo se insurgisse e exigisse um deus.

Mesmo sabendo que era totalmente contra a vontade do Senhor, eles pediram um deus.

Mas a questão aqui não é deus em si, mas é o ter que ver alguma coisa, tocar em alguma coisa, beijar alguma coisa, idolatrar alguma coisa, e neste caso a coisa era o bezerro de ouro.

Agora, imagine a cena: um deserto imenso, milhares de quilômetros quadrados, tendas espalhadas pelo deserto, e estima-se que eram em média dois milhões de pessoas.

Daí, na periferia do acampamento, nas ultimas tendas, chega a noticia que Arão tinha feito um bezerro de ouro, e que todos estavam lá para adorar o bezerro.

O que passou na cabeça desértica dos moradores das tendas da periferia foi o seguinte: “se foi Arão quem fez o bezerro, então está certo, pois Arão é irmão de Moisés, e tem credenciais para tal, então, não há problema em adorar um bezerro”.

E é exatamente isso que acontece hoje.

Movimentos, visões, nuvens, etc...

Se foi o fulano de tal quem falou, quem fez, então é de Deus, pois o fulano de tal tem as credenciais necessárias para poder falar e fazer em nome de Deus.

Aonde chegamos...

A Verdade sendo medida pelo ibope, pelos programas de TV, pela quantidade de membros, pelo lider mais carismático, pelo grupo de louvor, cantor ou banda, que toca mais nas rádios, na TV, que vende mais CD´s e DVD`s.

Babel, bezerros de ouro, baal, mamom.

Cada vez mais longe do Modelo.

Cada vez mais longe de Jesus.

sábado, 5 de novembro de 2011

Babel, Babilônia e Brasil (Texto extraído da Revista Cristianismo Hoje, coluna Valdemar Figueiredo)

Babel, Babilônia e Brasil

É o abuso de poder eclesiástico que torna crível o absurdo megalomaníaco.

Não era uma construção qualquer - afinal, era uma obra para servista e admiradaTocar no céudizia-seAltura e imponênciaeram fundamentaisainda que a massa de trabalhadores vertessesangue e suor sob os blocos de pedraValia tudo para poder tocar nocéu, e os olhos dos poderosos voltavam-se para o alto. Quem muitoobserva as pessoas da base, pensam alguns líderes pragmáticos, não conseguirá explorar as alturas. A torre de Babel não precisava de reboco nem tinta: seria revestida de alto a baixo pela pele de gente crédula, pintada por dentro e por fora com o sangue crente.
Quando alguém reivindica a legitimidade do seu poder citando suas construções tangíveis, ficamos a pensar: a liderança espiritual justifica sua legitimidade de que forma? A dúvida ocorre porque, nessa lógica, os líderes religiosos precisarão tornar suas obras espirituais suas obras espirituais em coisas concretas. Eisuma das nuances do pragmatismo: os resultados obtidos justificamtudo o que foi feito e legitima o poder daquele que coordenou as ações. Líderes personalistas pragmáticos mandam os entulhos paraas periferias, onde aterrarão os caminhos escabrosos. Nada se perde. Cada coisa no seu lugar. A torre no centro; os entulhos, na periferia. E o líder no meio de tudo. Entre outras coisas, a torre é ótima para servir de referência de poder.
A linha divisória entre o pragmatismo personalista e a megalomania costuma ser tênue. Muita gente diz que Deus merece o melhor, enquanto alimenta seu próprio delírio de grandeza. Construtores que pouco se importam com as coisas criadas ou com as muitas pessoas que o ajudam a construir torres altíssimas só têm olhos para si mesmos. A altura da torre será proporcional ao tamanho do seu delírio. Ou seja, estamos falando de pessoas queagem em nome de Deus com sérios transtornos, com a percepção darealidade seriamente afetada.
Esse delírio assume sua força quando é embalado no discurso da fé. O apelo da fé é poderoso a ponto de transformar a razão em estupidez e tornar o delírio de um insensato em torpor coletivo. É o abuso de poder eclesiástico que torna crível o absurdo megalomaníaco. Babel era um monumento à insanidade de um povo sob uma liderança megalomaníaca. Nabucodonosor, então, vira um tipo comum – o sujeito cheio de poder que perde a sanidade. O muito já não basta.  “Não é esta a grande Babilôniaque eu edifiquei para morada real, pela força do meu poder, e paraa glória da minha majestade” (Daniel 4.30). Justiça seja feita: são poucos os líderes religiosos megalomaníacos que, à semelhança do senhor de Babilônia, declaram tão explicitamente que o muito querealizam destina-se à glória da própria majestade. Na tradição cristã, fica feio o discurso ufanista de exaltação própria; então, os“nabucodonosores” contemporâneos são mais refinados, para não falar dissimulados. Aí, vem a justificativa oficial: “Tudo isso é paraa glória de Deus.”
Mas houve confusão. Em Babel, todos são estranhos! Confusão das línguas ou sobreposição de egos? Nas igrejas brasileiras, as divisões pouco ou nada têm a ver com métodos ou posições teológicas. Trata-se de disputas de líderes pragmáticos megalomaníacos. Mania de grandeza é confundida com visões divinas, enquanto, ao pé da torre ou nos jardins suspensos, o que se vê é uma feira de egos – e o que era para ser ponto de encontro vira lugar de desavenças. A obra mais visível em Babel eram as relações humanas destruídas. Em Babilônia, também se viam coisas feias – no meio do esplendor, desconfiança e ressentimento.  Daí, tudo fica dependendo da figura do líder. Enquanto ele for capaz de renovar seu carisma, o projeto permanece. Em Babel, na Babilônia ou no Brasil, como aferir se a obra de um é maior do que a de outro? Ora, através da comparação. Então, não basta construir algo admirável - é preciso construir o mais admirável: “Tornemos célebre o nosso nome”... As comparações desleais difamam as obras alheias.
Jesus, com muita frequência, dirigia-se às intenções dos líderespragmáticos megalomaníacos do seu tempo. O Mestre jamais tentou erguer uma torre em Nazaré, ou uma cidade na Galileia. Os megalomaníacos ficaram desconcertados, uma vez que os termos das suas disputas foram ignorados e ridicularizados. Jesus era um líder sem a chave da porta do templo, e não vestia estola sacerdotal. Um de seus discípulos admirou-se: “Mestre! Que pedras,que construções!” Vale conferir a resposta em Mateus 13.1.