Durante aproximadamente 20 anos, trabalhei no mercado fonográfico secular.
Como produtor, arranjador e músico, tive a oportunidade de gravar com vários artistas conhecidos e desconhecidos também.
Sendo assim, posso dizer que conheço um pouco do mercado fonográfico e do meio artístico.
Sei, pela experiência adquirida nesses anos, qual é o caminho das pedras para o sucesso: investir na mídia (rádio, televisão, revistas segmentadas), enfim, fazer o que é necessário para se obter o tão sonhado "sucesso".
O que tenho visto, e digo isto com temor, é que hoje não vejo nenhuma diferença nos meios, que não justificam os fins, no mercado gospel.
Quando ouço esta definição "mercado gospel", vejo que estamos indo, se é que já não fomos, por um caminho no mínimo, conformado com o sistema.
Prêmios para quem foi o melhor isso, melhor aquilo, (premiar a melhor música gospel, é no mínimo ridículo, pois se a inspiração foi dada pelo Espírito Santo, talvez Ele não estivesse muito bem no dia que inspirou a música que ficou em 2º lugar).
Trabalhos sendo gravados, com o intuito de ganhar prêmios? Esperando a indicação para prêmio isto ou aquilo?
Algo está errado...
Quando leio na palavra de Deus, o que se refere a quanto ou o que ganhar no ministério, é difícil aceitar o que esta acontecendo hoje.
Valores absurdos sendo cobrados por apresentações, porque não consigo chamar de ministração algo que é cobrado para se fazer.
Entendo que muitos desmandos ocorreram com pessoas que foram ministrar e não foram abençoadas pelos amados que receberam a ministração. Custos de viagem, etc... etc... etc...
Mas isto não dá o direito de alguém estipular um determinado valor para ir para determinado lugar pregar, cantar ou seja lá o que for.
Entendo, lendo a bíblia, que Paulo, no capitulo 9 de 1º aos Coríntios, explica como devemos nos comportar diante desta situação.
Creio que a palavra de Deus, como ela mesma declara, é lâmpada para nossos pés, e luz para nosso caminho.
Não acho errado vivermos do evangelho, mas não consigo aceitar esse mercado lucrativo, que se tornou o negócio gospel.
Contratos milionários com gravadoras, agendas lotadas, shows, shows, shows...
Um Cd por ano, um Dvd por ano, luzes, palcos, autógrafos, camarins, exigências...sem falar das caras e bocas das capas.
Será mesmo que é desta forma que temos que fazer o que fomos chamados para fazer?
Será mesmo que temos que nos parecer tanto assim com o mundo?
Será que ser cristão é isto?
Se a bíblia quer dizer o que ela diz em Romanos 12: 2, algo está errado.
Entendam bem, viver do evangelho é bíblico. O que não é bíblico, é cobrar para fazer a obra de Deus, e é isto o que está acontecendo hoje.
Que Deus tenha misericórdia de nós.
No amor de Jesus
Gamaliel de Souza
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