quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quanto custa?

Dia desses pensei num projeto evangelistico.

Nossa cidade, como tantas outras pelo Brasil afora, sofre com usuários de drogas e álcool.

Daí resolvi entrar em contato com um “adorador“ muito conhecido, pra ver a possibilidade de ele estar conosco nesse projeto.

Recebi o e-mail de volta, com o valor cobrado pelo supra citado individuo: R$ 45.000,00 (Quarenta a cinco mil reais), isso se a prefeitura não estiver envolvida.

Porque estou postando este assunto?

Onde é que estamos... À que ponto chegamos...

Gostaria que você que esta lendo meu blog, pensasse comigo.

Será que isto é certo? Será que é bíblico?

Não é certo e não é bíblico.

Não existe base bíblica pra isso, não existe.

Valores absurdos sendo cobrados, e o pior, sendo pagos.

Cachês no meio cristão.

Que me perdoem os afetos a isto, mas é nojento.

Segue abaixo, um trecho de um livro chamado “A Inquisição”, de Michael Baigent.

Este depoimento se deu no ano de 1208.

“Segundo um depoimento hoje na biblioteca do Vaticano, um homem conta que, quando jovem, dois colegas o procuraram e disseram:
 Os bons cristãos chegaram a esta terra; eles seguem o caminho de São Pedro, São Paulo e dos outros Apóstolos; seguem o Senhor; não mentem; não fazem aos outros o que não gostariam que os outros fizessem a eles.
A mesma testemunha também declara haverem-lhe dito que os
Cátaros são os únicos que seguem os caminhos da justiça e da verdade que os Apóstolos seguiram. Eles não mentem. Não tomam o que pertence aos outros. Mesmo que encontrem ouro e prata caídos em seu caminho, não o pegam, a não ser que alguém lhes faça presente deles. Consegue-se melhor a salvação na fé desses homens chamados hereges  do que em qualquer outra fé.
No início do século treze, o catarismo já começara a suplantar
o catolicismo no sul da França, e pregadores cátaros itinerantes,
viajando a pé pelo campo, geravam constantemente novos convertidos. Esses pregadores não intimidavam, extorquiam nem traficavam com culpa e chantagem emocional, não tiranizavam nem aterrorizavam com terríveis ameaças de danação, não exigiam pagamento  nem subornos a cada oportunidade. Eram conhecidos, como os quacres depois, pela "suave persuasão”.
É duvidoso que todos os convertidos professos do catarismo se hajam tornado crentes praticantes. Muitos, desconfia-se, não levaram mais a sério sua nova fé do que  outros cristãos da época levavam o catolicismo. Mas o catarismo sem dúvida alguma exercia uma atitude. Para cavaleiros, nobres, comerciantes, mercadores e camponeses  do sul da França, parecia oferecer uma alternativa simpática a Roma  uma flexibilidade, uma tolerância, uma generosidade, uma  honestidade realmente não encontradas na hierarquia eclesiástica estabelecida. De uma maneira mais prática, oferecia uma fuga do ubíquo clero de Roma, da arrogância clerical e dos abusos de uma Igreja  corrupta, cujas extorsões se tornavam cada vez mais insuportáveis.
Não se discute que a Igreja na época era desavergonhadamente corrupta. No início do século treze, o Papa descrevia seus próprios sacerdotes como "piores que animais refocilando-se em seu próprio excremento.
Segundo o maior poeta lírico alemão da Idade Média, Walther von der Vogelweide (c. 11701230):
Por quanto tempo em sono jazereis, ó Senhor?... Vosso tesoureiro furta a riqueza que haveis armazenado. Vosso ministro rouba aqui e assassina ali, E de vossos cordeiros como pastor cuida um lobo.
Os bispos da época eram descritos por um contemporâneo como "pescadores de dinheiro e não de almas, com mil fraudes para esvaziar os bolsos dos pobres. O legado papal na Alemanha queixava-se de que o clero em sua jurisdição se refestelava no luxo e na gulodice, não observava jejuns, caçava, jogava e fazia transações comerciais. As oportunidades de corrupção eram imensas, e poucos padres faziam qualquer tentativa séria de resistir à tentação.
Muitos exigiam pagamento até pela realização de seus deveres oficiais. Casamentos e funerais não se faziam sem que se pagasse adiantado. A comunhão era recusada até que se recebesse uma doação. Mesmo os últimos sacramentos se recusavam aos agonizantes enquanto não se extorquisse uma soma em dinheiro. O poder de conceder indulgências, remissão de penitências em expiação por pecados, levantava imensa renda extra.
No sul da França, essa corrupção grassava em particular. Havia igrejas, por exemplo, em que não se dizia missa havia mais de trinta anos. Muitos padres ignoravam os paroquianos e dedicavam-se ao comércio ou mantinham grandes propriedades. Muitos outros eclesiásticos banqueteavam-se, tomavam amantes, viajavam em carruagens opulentas, empregavam enormes séquitos de criados e mantinham estilos de vida dignos da mais alta nobreza, enquanto as  almas confiadas aos seus cuidados  eram tiranizadas e espremidas numa esqualidez e pobreza cada vez maiores. “

Qualquer semelhança com o mundo gospel atual, não é mera coincidência.

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